segunda-feira, 14 de junho de 2010

Soneto de Fidelidade.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


- Vinicius de Moraes -

Um comentário:

  1. Não sei se é ingenuidade minha ou não, mas apesar do poema ser belíssimo, discordo quando Vinícius diz: "que seja infinito enquanto dure." Isso porque acredito, sim, no amor eterno, infindável... Espero não estar sendo inocente demais nessa convicção. Grande abraço, Bruna!

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